De uns anos para cá, as marcas premium cada vez mais apostam em suas linhas esportivas. A Mercedes-Benz tem a AMG, a BMW insere a letra M em seus modelos mais raivosos e a Audi utiliza a sigla RS nas suas versões mais potentes, abreviação de “RennSport”, ou corrida em alemão.
A fabricante alemã espalhou entre seus modelos da linha RS configurações mais “explosivas”. Esse é o caso do RSQ3, que segue as linhas do crossover médio Q3, com bom espaço interno para a família, mas tem sob a capô um acerto incrível que alinhado ao excepcinal motor é capaz de transmitir a emoção de um verdadeiro esportivo.
Performance
Como em qualquer versão esportiva da marca alemã, o grande trunfo do RS Q3 é mesmo o trem de força. No caso, um propulsor 2.5 litros turbinado de cinco cilindros, que rende 340 cv de potência e 42,8 kgfm de torque, gerenciado por uma transmissão automatizada de sete marchas e dupla embreagem, com borboletas no volante para trocas manuais. Retomadas e ultrapassagens são realizadas com vigor de sobra e não há qualquer momento em que o motorista sinta falta de força. Para apimentar mais a coisa, a tração quattro é integral. Segundo a marca, o crossover parte do zero e chega aos 100 km/h em 4,8 segundos. Já a velocidade máxima é limitada eletronicamente em 250 km/h.
Esta esportividade encontra respaldo na dinâmica. Pode-se configurar o modelo em um de três modos de condução no sistema Audi Drive Select. A escolha interfere no controle de válvulas do sistema de escape e na curva característica do acelerador. Para respostas mais rápidas, por exemplo, basta selecionar Dynamic. Já uma direção mais pacata é entregue pela opção Comfort. A Auto se ajusta ao comportamento do condutor.
Design
A linha RS, costuma ser marcada por apimentar e equipar seus integrantes em relação ao restante da linha. Baseado no Q3, seu calmo irmão, SUV de entrada da Audi, o RSQ3 recebe um para-choque de desenho mais robusto, com entradas de ar maiores para refrigerar os freios, e uma grade telada trapeziodal com o emblema da linha RS no canto. De perfil, o mais flagrante são as rodas escurecidas aro 20 com pneus de perfil baixo.
Por dentro, a cabine não deixa dúvidas sobre o carácter preimum do SUV. Os materiais utilizados nos revestimentos internos são de bom gosto e aparentam qualidade. Os bancos mesclam couro e Alcântara e os poucos plásticos presentes têm toque agradável. Há detalhes em alumínio e tudo parece bem equilibrado, o que contribui para a atmosfera de requinte.
Conforto
O RS Q3 é um SUV compacto confortável. Os bancos esportivos são aconchegantes e mantêm o corpo dos ocupantes na posição correta, mesmo em conduções mais radicais. Atrás, até dois adultos e uma criança se acomodam bem.
A lista de itens de série é compatível com a de um modelo “top” de marca premium. Na questão da segurança, além dos obrigatórios airbags frontais e freios ABS, há bolsas de ar também laterais e de cortina. Os controles dinâmicos de estabilidade e tração se aliam ao assistente de partida em rampas e ao controle de cruzeiro para facilitar a vida do motorista. As manobras de estacionamento contam com sensores na frente e atrás, com visualização gráfica, e há ainda sensor crepuscular e de chuva.
Tecnologia
A central multimídia do RS Q3 demanda certa familiaridade para que se possa explorar bem o equipamento. Mas o sistema é limitado, pois não tem tela touch, nem uma simplória entrada USB – há apenas um conector específico da Audi que só é comercializado nas concessionárias. A ergonomia, no entanto, é correta e os ajustes elétricos dos bancos dianteiros facilitam a vida do condutor e do passageiro.
Sem dúvidas, o SUV é esperto, com fôlego mais do que suficiente para atravessar o trânsito caótico da cidade, alinhado a um design sofisticado e esportivo. Comseu perfil alto, ele é perfeito para quem deseja um carro potente, mas não quer abrir mão de parar em todas as lombadas e buracos das vias brasileiras. Aprovado.