Entre salares brancos como neve, vales de aparência lunar e o silêncio ancestral que paira sobre o deserto mais árido do planeta, o Our Habitas Atacama desponta como um santuário para quem busca mais do que paisagens espetaculares. Ali, no coração do nordeste chileno, a fotografia se torna linguagem de escuta, e o olhar, instrumento de conexão profunda com o território. De 15 a 20 de novembro de 2025, este cenário será palco da segunda edição das Jornadas Fotográficas, projeto concebido pelo renomado fotógrafo brasileiro Bob Wolfenson em parceria com a operadora de luxo Auroraeco.

Após o sucesso da primeira jornada no Peru, Wolfenson leva seu olhar inquieto ao Deserto do Atacama, propondo uma experiência que ultrapassa os limites da técnica fotográfica. Trata-se de um convite à presença, à escuta visual e ao gesto sensível diante de paisagens que, embora extensivamente registradas, permanecem inesgotáveis em possibilidades narrativas. Em suas palavras, “o desafio é fugir do exótico para turista ver, e propor imagens que sejam, acima de tudo, honestas”.
Sob orientação do fotógrafo, os participantes, de iniciantes a profissionais, serão guiados por roteiros cuidadosamente pensados para estimular a reflexão sobre a imagem e seu papel na mediação entre o visível e o vivido. Flamingos em salinas cristalinas, o Vale do Arco-íris com suas rochas multicoloridas, e o céu mais límpido do mundo, transformado em abóbada de estrelas, compõem o pano de fundo dessa travessia sensorial.


A proposta ultrapassa a contemplação paisagística. Durante os seis dias da imersão, os viajantes terão contato com comunidades atacameñas, o que adiciona camadas de humanidade e história ao repertório visual. “Não se trata apenas de capturar a paisagem, mas de compreender o território e seus habitantes, em suas narrativas e resistências silenciosas”, comenta Guilherme Padilha, CEO da Auroraeco.
O ponto de partida dessa jornada é o Our Habitas Atacama, a pouco mais de um quilômetro do centro de San Pedro de Atacama. O hotel, com suas 51 acomodações integradas à natureza, foi concebido para ser mais do que um refúgio de conforto: é um espaço de escuta, de pausa e de reconexão. Ali, arquitetura e paisagem se entrelaçam com delicadeza. Há uma piscina serena, um centro de bem-estar que combina saberes ancestrais e terapias contemporâneas, e áreas comuns pensadas para encontros íntimos e trocas autênticas.


A gastronomia do restaurante Almas é um capítulo à parte. Com foco em ingredientes sazonais da região e técnicas tradicionais de cocção, a cozinha transforma cada refeição em um momento de comunhão. O alimento aqui é também narrativa, linguagem afetiva e expressão cultural.

Além das atividades fotográficas, o programa oferece práticas diárias de ioga e respiração, sessões de som, trilhas, ciclismo e voos de parapente, todas pensadas como formas de presença e de escuta, física e emocional. A noite, sob o céu mais estrelado do planeta, a observação astronômica se torna ritual silencioso de contemplação.

A experiência completa, com hospedagem em suíte Pioneer, traslados e todas as atividades descritas no roteiro, parte de US$ 3.590 por pessoa em acomodação dupla. Passagens aéreas e despesas pessoais não estão inclusas.

Ao reunir arte, cultura, natureza e introspecção, as Jornadas Fotográficas propõem mais do que um curso de fotografia ou uma viagem de luxo: oferecem uma travessia interior. Num mundo de estímulos velozes e imagens saturadas, o Atacama surge como contraponto, um lugar onde o tempo se dilata, o olhar se aquieta e a beleza se revela em suas formas mais silenciosas. Para Bob Wolfenson, “é um reencontro com o que realmente importa: a escuta do mundo e de si mesmo”.