Desde que abandonou a silhueta de monovolume para ser assumidamente um hatch médio, em 2012, a missão do Mercedes-Benz Classe A é clara: rejuvenescer a marca da estrela de três pontas. Nesta segunda geração com a nova carroceria (quarta no total), o dois-volumes ganha a companhia do inédito A Sedan para atrair clientes mais jovens à marca. Verdade seja dita, o A Sedan é o sucessor espiritual do antigo CLA, que subiu de patamar (e porte) para ser um “mini-CLS”. Mais do que isso, o A Sedan é a nova porta de entrada na gama Mercedes.
São duas versões: Style (R$ 146.900) e Advance (R$ 176.900), ambas com a mesma mecânica e o batismo A 200. De série, há ajuste elétrico lombar para motorista, central multimídia MBUX, faróis full LED, câmera de ré, sensor de chuva, frenagem autônoma de emergência, pneus run flat, 7 airbags, monitoramento da pressão dos pneus, controle de cruzeiro e rodas de 18 polegadas.
O visual do novo A Sedan não deixa de ser uma evolução em relação ao antigo CLA. Os faróis estão mais afilados, enquanto o caimento do teto é menos brusco, a fim de preservar espaço na cabine para quem ocupa o banco de trás. Na traseira, as lanternas são formadas por duas peças, para possibilitar tampa do porta-malas maior e consequente ampliação do vão de acesso ao compartimento. Na trena, o A Sedan é 91 mm menor em comprimento (4.549 mm) que o antigo CLA, mas supera o antecessor com 30 mm extras no entre-eixos (2.729), 19 mm na largura (1.796) e 14 mm na altura (1.446).
Ao entrar neste A 200 Sedan, a impressão é a mesma de entrar no Classe A com carroceria hatch do qual deriva. O painel é a coisa mais maravilhosa do mercado atual. Tem uma espécie de “mega tablet” com telas super wide, que vai da parte dos instrumentos ao centro da cabine. São duas telas de 10,25 polegadas integradas que agrupam painel de instrumentos (personalizável como nos Mercedes mais caros), computador de bordo e diversas funções do veículo. Por meio dela você controla ar-condicionado, som, configurações do veículo e por aí vai. E tem mais: existe uma assistente pessoal como a dos smartphones que reconhece comandos de voz. Basta dizer “Oi, Mercedes” (ou outro cumprimento que você queira seguido pelo nome “Mercedes”) que ela fica de prontidão.
Por dentro, impera a riqueza de materiais em couro, preto brilhante e alumínio escovado. Todas as peças são de ótima qualidade ao toque e conferem o requinte que todo Mercedes-Benz precisa oferecer.Em relação ao espaço interno, é bom ficar claro que este Mercedes-Benz é um carro para dois adultos ou dois adultos e duas crianças. No banco de trás, adultos até podem fazer viagens rápidas, mas falta espaço. O porta-malas, por outro lado, acomoda ótimos 430 litros, número próximo aos dos SUVs compactos mais vendidos. E essa desvantagem no espaço se reflete em uma carroceria compacta, boa para rodar e estacionar na cidade.
Debaixo do capô, o motor de origem Renault é um primor (e o hatch, por aqui, não o ganhou). Ele chega para substituir um outro 4 cilindros turbo, mas de maior deslocamento, 1,6 litro. Apesar de menor, ele é mais potente. São 163 cavalos, contra 156 cv do motor antigo. O torque, de 25,4 kgfm é apenas 0,1 kgfm mais baixo. Uma das vantagens desse novo motor é a possibilidade de desativação de 2 cilindros, quando ele trabalha em baixas e médias rotações – isso acaba sendo imperceptível para o motorista. Por outro lado, é bastante perceptível a competência e elasticidade do pequeno motor.
Quem também merece elogios é a caixa de transmissão de dupla embreagem e sete velocidades, que tem desempenho impecável. É extremamente ligeira na leitura do escalonamento. Ou seja, compreende qual tocada o motorista quer empregar e executa a escolha de marcha com rapidez e exatidão. Para quem quiser um pouco de diversão, vale usar as aletas atrás do volante.
A experiência a bordo do novo A200 Sedan nos leva, portanto, a esquecer a má reputação que o Classe A deixou quando era aquele monovolume – que, inclusive, chegou a ser produzido no Brasil. O novo modelo é o mais barato da Mercedes-Benz no Brasil, e curiosamente um dos melhores também. Pode não ser equipado como um Classe S ou requintado como o Classe E, e nem ter a esportividade dos AMG. Porém, ele entrega um bom pacote de equipamentos, tecnologia de ponta e motorização elogiável por um preço condizente com sua proposta.
Ficha técnica
- Cilindros | 4 em linha
- Cilindrada (cm3) | 1.332
- Potência máxima (cv/rpm) | 163 / 5.500
- Torque (Nm/rpm) | 250/1.620 – 4.000
- Câmbio | 7G DCT
- Aceleração 0 – 100 km/h (s) | 8,1
- Velocidade máxima (km/h) | 230*
- Peso (kg) | 1.385
- Pneus | 225/45 R 18