O congelamento de óvulos, antes utilizado como paliativo para casais inférteis ou por motivos oncológicos, atualmente ganha um novo conceito, “a criopreservação social”, adotado pelas mulheres que priorizam projetos de vida como viagens internacionais ou desenvolvimento da carreira
Essa conquista feminina está cada vez mais latente e diretamente atrelada ao desenvolvimento da ciência, que proporcionou à mulher a possiblidade de ser mãe quando bem entender. Planejar e sentir a hora da maternidade passou a ser uma constante na sociedade atual. Após a luta do feminismo emancipacionista na Inglaterra, centrado na conquista pela igualdade no direito de voto, de instrução, de exercer uma profissão ou poder trabalhar, e a criação da pílula para além do sistema de tabelinha, a criopreservação de óvulos pode ser considerada a segunda revolução feminina dentro da ciência.
Hoje, novas técnicas existentes no mercado entregam à mulher mais tempo para planejar na hora de ter seu filho. Segundo Ivan Henrique Yoshida (Embriologista, Especialista em Reprodução Humana, Mestre em Genética Reprodutiva pela FMABC), essa conquista somente foi possível devido às tecnologias avançadas descobertas pela ciência, como a Vitrificação de Óvulos ou criopreservação ultrarrápida em nitrogênio líquido, que consiste no congelamento à temperatura de 196ºC negativos, preservando o óvulo por tempo indeterminado.
Esse avanço científico, somado às mudanças de comportamento da sociedade referente ao papel da mulher são visíveis. Atualmente, é crescente a quantidade de mulheres que escolhem postergar a maternidade. Segundo pesquisa realizada pelo SEADE (Fundação Sistema Estadual de Dados), entre 2000 e 2019 aumentou a parcela de mães com mais de 30 anos. Aquelas com idade de 30 a 39 anos passaram de 26% para 39,1% no mesmo período.
Para Dr Emerson Barchi Cordts (Ginecologista especializado em cirurgia vídeo-endoscópica, Mestre e Doutor em Medicina Reprodutiva pela FMABC), desde que a técnica de Vitrificação de Óvulos (ou criopreservação ultrarrápida) se consagrou e foi homologada pela Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) como técnica padrão para congelamento de óvulos, em 2010, a preservação da fertilidade passou a ser uma opção terapêutica para essas mulheres que cada vez mais adiam a maternidade. Com ela, se garante a qualidade dos óvulos na idade em que eles foram congelados, e não existe limite de tempo para que fiquem congelados. Nos EUA e na Europa, houve um crescimento significativo já na primeira metade da década de 2010. Entretanto, no Brasil, esse crescimento só foi percebido nos últimos três anos.
A pandemia retraiu o mercado da reprodução humana em 30% no ano de 2020, porém a Vitrificação de óvulos manteve a sua participação estável e vem aumentando progressivamente durante esse período, uma vez que, com tantas incertezas, tem sido crescente o número de mulheres adiando a maternidade na atualidade.
Mês internacional da infertilidade
Durante este mês de junho, a Merck, junto a especialistas e celebridades, organiza uma série de lives para abordar sobre o tema e as avançadas técnicas em reprodução humana existentes atualmente. Esse conjunto de ações, intitulada de “Juntos Pela Fertilidade”, tem por objetivo informar sobre como “driblar” a infertilidade (tanto para casos de doenças graves, quanto àqueles que desejam ter filhos de forma planejada) por meio do congelamento de óvulos e a FIV (Fertilização In Vitro).
A primeira Live será transmitida nos perfis do Instagram da escritora e jornalista Daiana Garbin: @garbindaiana, e também nos perfis da @merckbrasil e @thaisadaher, no dia 15 de junho, às 20h.
Dentre os convidados, nomes de peso como: o da bicampeã mundial olímpica de vôlei feminino, Thaísa Daher – que em prol de seu desenvolvimento profissional decidiu congelar seus óvulos e adiar o momento de ser mãe – e o Dr. Emerson Barchi Cordts, diretor clínico na W.IN (@clinicaw.in), ginecologista, mestre e doutor em Medicina Reprodutiva pela FMABC.