Fugir para as colinas é uma demanda quase que obrigatória para quem vive em uma metrópole maluca como São Paulo. Aos que desejam respirar ar puro e ouvir o canto dos pássaros pela manhã, o Six Senses Botanique parece ideal. A propriedade, que já teve a diária mais cara do Brasil, esta encravada nas montanhas da Serra da Mantiqueira, na confluência dos municípios de São Bento do Sapucaí, Santo Antonio do Pinhal e Campos do Jordão
Conceituado por algumas das mentes mais brilhantes dos negócios – David Cole, fundador da AOL; Gordon Roddick, fundador da The Body Shop; e o casal Fernanda e Ricardo Semler, o hotel é epítome do que chamam de “pós-luxo”, um movimento idealizado inicialmente por Fernanda Semler no Brasil por volta de 2003, quando notou que o luxo estava mudando para um consumo mais inteligente, que não tinha mais a ver com ostentação, que ultrapassa grifes, exageros e trabalho de mão de obra barata. Dessa forma, resolveu estudar e desenvolveu esse conceito através de um manifesto baseado em cinco pilares: qualidade da matéria-prima, temporalidade, originalidade, valor justo/mark-up coerente e propósito maior/identidade local.
Numa área de 7 mil m², o empreendimento a 1.200 metros de altura preza pelo contato com a natureza, apreciada não só do lado de fora, mas também de dentro através de enormes janelas de vidro, varandas e terraços, que ampliam a visão para os vales esverdeados. Sua arquitetura incorpora ainda pedras naturais imensas, ardósia chocolate de uma jazida explorada apenas uma vez a cada 17 meses, aço exposto e vigas de madeira de 120 anos recuperada. Todos esses elementos se unem dentro do design rústico e moderno. Fora de qualquer padrão tradicional do sistema hoteleiro, a lista dos diferenciais do lugar que é referência do novo design brasileiro é extensa. Todas suas torneiras jorram água mineral pura; o blend do café – mistura de diversos grãos, de espécies ou regiões diferentes – foi criado especialmente para o hotel com uma seleção dos melhores grãos nacionais e todos os aromas (dos ambientes aos xampus e creminhos) foram desenvolvidos igualmente com exclusividade.
O prédio central da propriedade abriga o restaurante, salão, biblioteca, espaços de convivência e uma piscina externa de água mineral. O spa oferece tratamentos patenteados e conta com uma piscina isotônica coberta, onde são aplicados tratamentos corporais, massagens e uma extensa gama de hidroterapias, saunas seca e úmidas com chuva. São oito espaços de atendimento especializado que utilizam a biodiversidade do Brasil como base, oferecendo alongamentos baseados em movimentos de capoeira, sessões de meditação guiada e até terapias que simulam a chuva da Mata Atlântica. Existe também um programa detox fundamentado em alimentação natural, trilhas pelo Vale dos Mellos e contemplação da floresta. Por sinal, não faltam atividades na natureza, como cavalgadas, passeios de bike, aulas de tênis na quadra do fundo do vale ou ginástica com personal trainer em meio ao bosque que envolve o hotel. As “burocracias” da hotelaria comum também foram eliminadas, como o check-in, as gorjetas, a assinatura de conta no restaurante e a cobrança por serviços como lavanderia e frigobar. Qualquer dúvida ou necessidade que o hóspede tenha é resolvida por um único ramal de telefone ou diretamente no balcão do bar, com a ajuda dos chamados âncoras – funcionários responsáveis por cuidar das demandas de cada quarto.
Se a ideia é romance, relaxar, respirar ar puro, comer bem e paz, o lugar é esse. Com apenas seis quartos e onze bangalôs – vilas individuais delicadamente espalhadas ao redor das montanhas com jardins privativos – é impossível não ficar encantado. As habitações são grandes, aconchegantes e cheias de mimos, como máquina de expresso (com cafés da região), minibar só com produtos “caipiras” e cachaças artesanais. No Botanique, após fazer uma reserva você recebe um telefonema do concierge, que educadamente obtém todas as informações necessárias para montar um cardápio totalmente adequado as suas preferências, tudo bem personalizado, com extremo cuidado para agradar em todos os sentidos.
A gastronomia, por sinal, é outro destaque em que o Botanique busca aplicar os conceitos de produção local e sazonal. À frente do restaurante Mina, o jovem chef Gabriel Broide, que já trabalhou com Alex Atala e Daniel Boulud, tem a seu dispor a imensa horta distribuída em mais de 300 caixas de madeira, que compõem o paisagismo da fachada do hotel. Ali brotam ervas, flores e hortaliças usadas diariamente nos pratos do almoço e do jantar, servidos à la carte em menu que muda de acordo com a estação do ano. Aquilo que não vem da horta própria é, em sua maioria, proveniente das redondezas. A criação de um ambiente que combina sol, flora, árvores e ervas com a brisa fresca da montanha resulta nos aromas evocativos e específicos do Brasil autêntico. O menu é brasileiro moderno e contemporâneo, com vinhos originados de pequenas vinícolas de alta qualidade, selecionadas no sul do Brasil.
Serviço:
Six Senses Botanique
Endereço: Rua Elídio Gonçalves da Silva, 4000 Bairro dos Mellos
Campos do Jordão – SP
Para reservas e mais informações: (12) 3662.5800 ou reservas@botanique.com.br