A cada nova edição, a SP–Arte, Festival Internacional de Arte de São Paulo, se renova, inova e evolui, antecipando tendências e chamando a atenção de novos públicos. Isto ficou ainda mais evidente para os cerca de 25 mil visitantes que foram atraídos pela 18ª edição do evento, que aconteceu de 6 a 10 de abril no Pavilhão da Bienal, em São Paulo, reunindo 133 galerias de arte e design, além de editoras e projetos especiais.
Entre as novidades desta edição, destaque para o novo setor Radar SP–Arte, que deu maior visibilidade a espaços autônomos, ONGs e a artistas sem representação comercial, com curadoria de Felipe Molitor. Também atraiu a atenção do público a exposição Arte Natureza: ressignificar para viver, com curadoria de Ana Carolina Ralston. Ao mesmo tempo, foram realizados bate-papos (programa Talks na Arena Iguatemi), visitas guiadas, lançamentos de livros, além do SP–Arte Weekend, que movimentou a cidade nos dois finais de semana que antecederam a feira, oferecendo ao público uma programação variada com aberturas e encerramentos de exposições, visitas e celebrações em diversas galerias, espaços culturais e instituições ligadas à arte.
De acordo com grande parte dos expositores, a volta da feira ao Pavilhão da Bienal, depois de dois anos, veio acompanhada por entusiasmo e bons negócios. Ao mesmo tempo em que a Feira possibilitou a realização de novos negócios, servindo como catalisadora e aproximando as diversas pontas do mercado, conseguiu, mais uma vez, atrair novos tipos de compradores e colecionadores, ratificando sua importância e credibilidade junto aos grupos mais tradicionais. Um dos pontos que mais chamou a atenção dos expositores foi a maior diversidade representada no evento e a quantidade de novos clientes e público que visitou a feira: jovem, diverso, curioso e etnicamente plural.
O sucesso comercial da Feira foi constatado pelos galeristas, caso de Luisa Strina que comemorou a venda de 21 obras, avaliando a feira como um excelente período de negociações. A galerista chamou a atenção para a formação de uma nova geração de colecionadores: “percebemos um novo público na feira, mais jovem e bem qualificado, que procura se inteirar sobre o assunto, visita museus, pesquisa”. Myra Babenco, da Galeria Raquel Arnaud, também avaliou a feira como uma ótima oportunidade para vendas e captação de novos clientes. “Fizemos pelo menos cinco vendas relevantes de importantes artistas como Julio Vilani, Waltercio Caldas, Carla Chaim, Iole de Freitas, Célia Euvaldo e Cruz-Díez”.
Ricardo Rinaldi, diretor da galeria Kogan Amaro, afirma: “público muito bom, edição bem movimentada todos os dias. A melhor de todas em termos de resultados (participa desde 2018). Em termos de números, tivemos cerca de 20 obras vendidas. É sempre um bom espaço para novidades, assim, apresentamos obras em NFT ao mercado, que foram muito bem recebidas”.
Entre galeristas do mercado secundário, Antônio Almeida, da Almeida & Dale, comenta: “Em termos de público, esta foi uma SP–Arte excelente, com alta frequência de clientes, jovens clientes e muita gente jovem comprando”. Em se tratando de vendas a avaliação também é positiva: “fizemos boas vendas, foi a melhor das edições. A feira contou com um projeto de ocupação do espaço muito bom, permitindo que os clientes pudessem mapear a feira, com corredores espaçosos e distância para apreciar as obras, com trabalhos excelentes expostos”.
Paulo Darzé, da Galeria Darzé, de Salvador, que trouxe para a feira um solo do artista baiano Genaro de Carvalho, vendeu 90% de seu stand. “Nas primeiras horas do dia de abertura da feira eu já tinha 80% do stand vendido. Foi excelente”, festeja ele.
No setor de Design, estreando no evento, a Wentz avaliou muito bem a 18ª edição, com público excelente para a marca e contatos. “Notamos um interesse muito bacana do público, uma energia de retomada, e achamos muito bacana o Design estar ocupando o térreo do Pavilhão, dando mais visibilidade ao setor”, declara Cintia Wentz.
Mais expositores do setor de Design concordam com a afirmação. Karoline Bessa, da ,ovo, que comemora 30 anos esse ano e lançou uma nova coleção no evento, diz: “bom movimento, ótima visibilidade institucional e um gatilho para novas e futuras vendas”. Da Etel, Camila Carmona comenta, “Não vendemos na feira, mas é sempre uma captação de clientes. No nosso segmento, a venda acontece depois, na loja. É um ótimo branded exposition, clientes novos que acabamos captando aqui e entendem um pouco mais sobre o alcance que a marca tem”.
Para Mônica Novaes Esmanhotto, da Casa do Povo, os benefícios vão além da Feira: “Nós tínhamos três objetivos para esta edição: vender as obras da coleção Comum Presença que fizemos especialmente para a ocasião, em prol da reforma do nosso prédio; ampliar nossa rede de apoiadores recorrentes e promover a Casa do Povo engajando mais pessoas na missão da instituição. Podemos dizer que fomos muito bem sucedidos nas três frentes”. Paula Signorelli, à frente do Pivô, reitera essa perspectiva: “Foi um momento bem importante para o Pivô. Além das vendas terem sido boas, foi muito importante o contato com pessoas que não conheciam nosso trabalho, nosso tipo de pesquisa e projeto de residência, e colaboraram com doações de materiais e compra de produtos”.
Para Fernanda Feitosa, idealizadora e diretora da SP–Arte, o clima pós-edição é festivo. “Estamos muito felizes com essa edição que teve um sabor especial de reencontro e retorno ao tradicional Pavilhão da Bienal, casa que ocupamos desde 2005. Além disso, pudemos realizar um novo projeto, fruto de uma provocação antiga nossa, de 2020, mas que agora pôde ser realizada presencialmente que foi o RADAR SP–Arte, um projeto de mapeamento artístico e institucional independente, trazendo novos agentes para a cena artística num evento com tamanha exposição, como foi o caso do Solar dos Abacaxis, a Casa Chama, a Casa do Povo. Muito orgulho de minha equipe extraordinária de arquitetura, design, comunicação, produção, curadoria, fotografia e vídeo por termos realizado uma edição histórica, com enorme repercussão de público e da imprensa nacional e internacional. Não é fácil esgotar ingressos e muito menos mobilizar um público tão qualificado e engajado em torno da arte.”