A aviação executiva no Brasil tem apresentado uma crescente demanda desde o ano passado, apesar do cenário de crise mundial. O país é o segundo em número de aeronaves, conforme apontam dados da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag). Embora fatores econômicos impactem o setor, a tendência é de que mais e mais pessoas e empresas optem por voar em aeronaves executivas, seja pela eficiência, seja pelo conforto ou pelo momento de pandemia em que estamos vivendo, no qual, os voos executivos se mostram mais seguros do que na aviação comercial.
O modelo de compartilhamento de aeronaves, em que a Avantto, empresa de mobilidade aérea privada, é pioneira no setor, pode aquecer essa demanda. Nesse formato, o cliente adquire uma participação em uma aeronave, pagando uma porcentagem do valor total da máquina e, assim, pode utilizá-la em um determinado número de horas por mês.
O movimento da economia colaborativa tem ganhado força nos últimos anos e promove o acesso a bens e serviços de forma compartilhada. Saímos da era de posse (ter) para a era da experiência (ser), conceito que permeia o propósito da Avantto, segundo explica o CEO da companhia, Rogério Andrade.
Prova disso, foi a venda de cinco novas cotas em aeronaves realizada no último mês de abril. Diante da procura, a empresa está captando mais aeronaves. Até o fim do ano, dois jatos Phenom 300 irão integrar a frota da companhia, que já possui 65 aeronaves.

Como funciona o compartilhamento de aeronaves?
Com a partir de 5% do investimento necessário para se adquirir uma aeronave , já é possível ter uma cota em um helicóptero, tendo o direito de voar 5hs por mês ou 60 horas por ano. Nos jatos, são até 6 frações, podendo ter 10 horas de voos por mês, e 120 horas por ano.
Há também a demanda híbrida, com frações de helicópteros e aviões, tendo 5% de um helicóptero e 1/6 de de um jato jato, é possível voar 15 por mês ou 180 horas por ano na combinação que o cotista desejar.

Novas regras da ANAC
A nova regulamentação sobre compartilhamento de aeronaves no Brasil, recém-aprovada pela ANAC, impulsiona esse modelo de negócio. “Se antes o investimento em um jato Phenom 300 seria de 50 milhões de reais, através da aquisição de cotas para compartilhamento, esse valor cai para cerca de 6,3 milhões, além de importante redução dos custos mensais e da garantia de disponibilidade em 100% das solicitações de voo. O cotista da Avantto gasta muito menos, voa sempre que precisa e ainda simplifica a vida pois não precisa se preocupar com a administração e operação das aeronaves”, diz Andrade.
Em 2020, a empresa registrou o crescimento de 25% no resultado operacional e estima fechar o ano de 2021 com um aumento de 32% no EBIT. A pandemia da Covid-19 também pode ser considerada um catalisador do negócio.
Além disso, o CEO aponta ainda que o desempenho da aviação privada neste momento se deve em parte pela redução de oferta de voos comerciais e o desejo das pessoas de não frequentar terminais de passageiros e aeronaves comerciais lotadas.