A Ford revolucionou o segmento de SUVs com a chegada do EcoSport em 2003. Agora a marca quer ampliar a sua gama de SUVs e traz para o Brasil o Territory que tem a missão de conquistar espaço no segmento que mais cresce no mundo. Você que acompanha as notícias do mundo automotivo já deve ter visto essa carinha em algum lugar, certo? Ele foi um dos grandes destaques da marca no Salão do Automóvel de São Paulo em 2018 e teve presença VIP no stand patrocinado da Ford no Rock in Rio do passado. E de lá pra cá só aumentou a expectativa para o lançamento do SUV médio no mercado nacional. Produzido na China e importado para o Brasil, vem todo o luxo e requinte que a Ford está acostumada a colocar em seus carros topo de linha. Confira nossa avaliação completa abaixo.
Design
No exterior, a dianteira traz tem o novo DNA dos SUVs da Ford. A característica principal é a grade trapezoidal em formato de cascata que liga os dois faróis que são Full LED e a assinatura também é em LED e fica nas extremidades do para-choque ao lado dos faróis de neblina e também serve como luz de seta. Abaixo tem um aplique na cor prata para reforçar a robustez e esportividade. Ja a traseira conta com lanternas de LED que invadem a tampa do porta-malas. Um aplique cromado liga as duas lanternas e o nome do carro também cromado acima é um charme, completando tem um aerofólio com luz de freio.
O Ford Territory não parece ser um carro tão grande visto por fora. Mas basta entrar nele para que o tamanho seja notado. Inicialmente, no aspecto positivo, por conta do espaço na frente e atrás. Porém, ele também surpreende por ser um carro difícil para estacionar em algumas vagas, devido à sua largura. São 9,7 cm a mais do que o Tiguan e 11,7 cm a mais do que o Compass. Contando os espelhos, o Territory tem 2,179 m.
Performance
Importado da China, o Territory é movido apenas a gasolina. São 150 cv e torque máximo de 22,9 kgfm entregues pelo motor 1.5 turbo, que traz injeção direta e comando de válvulas variável. O câmbio é do tipo CVT que simula oito marchas e foi recalibrado para o “estilo de condução do brasileiro”, de acordo com a fabricante. As respostas em acelerações e retomadas são muito satisfatórias para o porte do SUV, mas há um perceptível efeito turbo-lag (atraso no enchimento do turbo) abaixo de 1.500 rpm. Dados de fábrica indicam aceleração de 0 a 100 km/h em 11,8 segundos e velocidade máxima de 180 km/h (limitada eletronicamente).
Segundo a Ford, 150 engenheiros e técnicos rodaram mais de 100 mil quilômetros em testes pelo Brasil e participaram de mais de 10.000 horas de validações em laboratórios e pistas. Assim, buchas da suspensão, amortecedores e pneus foram modificados para atender as preferências brasileiras. Além disso, ruídos e vibrações também foram minimizados em relação ao projeto chinês. O trabalho de adaptação e refinamento do produto é notado na prática. A direção (assistida eletricamente) é bastante leve em manobras e tem peso correto em velocidade de cruzeiro, com centro bem definido . A suspensão, por sua vez, apresenta uma calibragem voltada para o conforto, mas sem ser excessivamente mole.
Tecnologia
Aqui o Territory faz bonito. Por R$ 187.900, o SUV vem com itens como 6 airbags, controles de estabilidade e de tração, assistente de partida em rampas, acendimento automático dos faróis, rodas de liga leve de 18 polegadas, teto solar elétrico, bancos dianteiros com aquecimento e refrigeração, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros e banco do motorista com regulagens elétricas. Traz ainda um bom pacote de assistências de condução, que inclui piloto automático adaptativo, alerta de colisão frontal, frenagem autônoma de emergência, alerta de permanência em faixa, sensor de pontos cegos e sistema de estacionamento semiautônomo.
O painel digital pode ser configurado e traz três opções de mostradores: Clássico, Fashion e Esporte. Perto dele está a gigante tela tátil de 10,1 polegadas da central multimídia Sync Touch – que não é a mesma dos outros modelos da Ford. Apesar de bem completa (inclusive com suporte a Android Auto e Apple CarPlay, este último com espelhamento sem cabos), sua navegação não é das mais intuitivas, gerando uma certa dificuldade para se acessar comandos básicos como o do ar-condicionado. Mas o grande trunfo do pacote tecnológico do Territory é o sistema de câmeras com visão em 360 graus, capaz de projetar a imagem do veículo na tela da central multimídia. Basta tocar em uma área para visualizar o veículo de diferentes ângulos. Excelente para manobrar em grandes metrópoles, onde cada milímetro dos espaços disponíveis são disputados.
Outra novidade trazida pelo Territory é o serviço FordPass Connect. Com roteador de internet 4G embarcada, o veículo possui serviços conectados. Por meio de aplicativo, é possível travar e destravar portas à distância, dar partida remota com acionamento de climatização, verificar o nível de combustível ou a pressão dos pneus pela tela do celular. Também será possível fazer o agendamento online de revisões, diretamente pela tela da central.
Conforto
Um dos maiores destaques do novo Ford é o isolamento acústico. O cuidado da engenharia com este aspecto aparece no som abafado ao fechar portas e na sensação de isolamento do que acontece do lado de fora. Carros com câmbio CVT costumam apresentar ruídos incômodos em acelerações e retomadas, devido à característica dessa caixa de manter a rotação constante com o pé cravado no acelerador. No Territory, entretanto, há pouquíssima intrusão de ruído do motor na cabine.
Como é feito na China, um país de temperaturas extremas, traz a possibilidade de aquecimento ou resfriamento dos bancos dianteiros, tanto do motorista quanto do passageiro, oferecendo conforto com requinte. A partida remota também está presente no modelo, inclusive com climatização, oferecendo a possibilidade de esquentar ou esfriar a cabine trazendo conforto para seus ocupantes.
Os materiais de acabamento também saltam aos olhos, com couro de boa qualidade em bancos, painel e portas, peças emborrachadas e com encaixes justos. Na versão avaliada, a iluminação ambiente personalizável, com opção de 7 cores, aumenta a percepção de refinamento. Os ocupantes do banco traseiro têm entrada USB e saída de ventilação dedicada.
O espaço para ocupantes é outro quesito em que o Territory defende-se bem, especialmente no banco traseiro. Há mais espaço para joelhos e ombros que no principal rival, o Jeep Compass. O banco traseiro têm entrada USB e saída de ventilação dedicada. No porta-malas, entretanto, o volume é pequeno, com 348 litros de capacidade, sendo consideravelmente menor que seus principais competidores.
Ficha técnica
Territory Titanium
Preço: R$ 187.900
Motor: 1.5, 16V, 4 cilindros em linha, turbo, gasolina
Câmbio: CVT
Potência: 150 cv a 5.300 rpm
Torque: 22,9 kgfm entre 1.500 rpm e 4.000 rpm
Consumo: 9,8 km/l / 10 km/l (gasolina)
0 a 100 km/h: 11,8 s
Velocidade máxima: 180 km/h
Dimensões: comprimento, 4,58 m; largura, 1,93 m; altura, 1,67 m; entre-eixos, 2,71 m
Peso: 1.632 kg
Porta-malas: 388 litros
Tanque: 52 litros