Quando o primeiro CR-V desembarcou ao Brasil, em 2000, a Honda ainda não tinha nenhum SUV em nosso mercado. Era um cenário completamente diferente do que enxerga agora sua quinta geração, feita sobre a plataforma do Civic, herdando o maior porte e refinamento da décima geração do sedã, incluindo motor turbo e equipamentos inéditos. Se antes era a única alternativa SUV da Honda, desta vez é o carro de imagem da marca, se posicionando acima do HR-V na gama SUV da empresa. Confira nosso teste da versão Touring, a top de linha.
Conforto
O acabamento manteve o plástico imitando madeira, mas agora exposto em mais áreas dentro da cabine. Os materiais são agradáveis e, no geral, a cabine está bem mais moderna. Mudam, por exemplo, o quadro de instrumentos e a central multimídia, ambos com telas de 7″. O banco do motorista tem ajustes elétricos, inclusive lombar, e para quem gostava da posição da alavanca de câmbio, ela segue acoplada ao painel. Outro destaque é que o SUV ganha head up display, exibindo informações como a velocidade no campo de visão do motorista.
Espaço e versatilidade reinam neste SUV. A cabine cresceu, o que é nítido principalmente nos bancos traseiros, com assentos longos, garatindo conforto em viagens longas e acomodando três adultos tranquilamente, graças ao assoalho plano. Há ali ainda saídas de ar próprias e tomadas USB. Já o porta-malas de 525 litros, é mais que suficiente para as malas de uma família. Destaque para a tampa motorizada, com abertura sem as mãos (basta passar o pé sob o para-choque).
Desempenho
Ao volante, o maior trunfo CR-V é seu o equilíbrio. O motor 1.5 turbo (apenas a gasolina) que vai a 190 cv com 24,5 kgfm de torque está perfeitamente escalonado com o câmbio CVT. O SUV demonstrou excelente disposição para ultrapassagens e retomadas, com ótimas respostas em baixas rotações. Especialmente nessas situações, se faz útil o modo manual com sete marchas virtuais. Mesmo que não o use, na aproximação de curvas ou antes de uma ultrapassagem, por exemplo, um toque na aleta à esquerda do volante “reduz uma marcha” e prepara o motor. Ah, e mesmo no D, se você pisa fundo ele simula marchas – para evitar, com sucesso, a sensação de monotonia típica dos CVT.
Ainda sobre seu comportamento, o sistema de tração Real Time AWD foi aprimorado com um novo mecanismo de controle eletrônico da bomba hidráulica do sistema multidiscos, o que garante até 40% mais torque para as rodas traseiras. Vale lembrar que, assim como antes, o sistema é todo automático, enviando força para o eixo traseiro de acordo com a necessidade.
Tecnologia
A versão Touring traz quase tudo o que o SUV tem direito. Para o Brasil, o modelo só fica devendo o pacote de recursos e assistentes de condução semi-autônoma, disponível para ele nos Estados Unidos. De resto, ele traz seis airbags, faróis e lanternas de LED, ar-condicionado de duas zonas, função brake hold (que aciona os freios automaticamente para aliviar o pé direito no trânsito), sensor traseiro, acendimento automático dos faróis, sensor de chuva, partida por botão, chave presencial e Lane Watch (a câmera instalada abaixo do retrovisor direito para facilitar a visão do motorista ao trocar de faixa, a exemplo da que há no Civic).
Mas o que é novidade mesmo no novo CR-V são outros itens. Por exemplo, a central multimídia com tela de 7 polegadas, com software novo, GPS e compatível com Apple CarPlay e Android Auto. A central é intuitiva de navegar, com atalhos rápidos, mas os comandos são resistivos (ou seja, a interface não é similar à de um celular). Segundo a Honda, propositalmente, para facilitar os comandos do usuário quando o carro está em movimento. O sistema de som é complementado por um conjunto de 8 alto-falantes de 180 Watts.
Teste-drive cortesia da Honda Brasil