Temos uma situação inusitada no Brasil: o óleo diesel, combustível mais poluente e subsidiado pelo governo para ajudar no transporte de carga, antes era proibido para veículos de passeio – exceto os de grande capacidade de passageiros ou com 4×4 e reduzida –, mas hoje está liberado para SUVs usados apenas para “ir ao shopping”. Com sistemas de tração sofisticados, que simulam a reduzida, começaram aos poucos a ser liberados.
O Audi Q7 é um destes? Apesar de não conter as últimas tecnologias presentes nos últimos lançamentos da marca, a geração atual lançada em 2017 ainda pode ser considerada como top de linha no mercado SUV’s. Comparando a geração anterior, o Q7 teve seu perfil encurtado com uma suspensão notavelmente mais baixa, remetendo mais a uma mega-perua do que a um utilitário-esportivo propriamente dito.
Design
O Q7 exibe uma silhueta mais tradicional de SUV. As linhas retilíneas caracterízam bem o estilo alemão do utilitário, deixando a cargo dos faróis, que aparecem como um dos destaques na dianteira, especialmente por passarem uma impressão de profundidade. Seu desenho apresenta a nova assinatura da Audi, especialmente quando contam com os opcionais faróis de LED.
Diferente de outros modelos da marca alemã, o Q8 não tem um visual cheio de ângulos e vincos, mas isso não quer dizer que ele não passe a impressão de robustez e modernidade. Os poucos vincos do capô fluem naturalmente para o restante da carroceria, o que inclui as laterais.
No canto superior dos faróis nascem dois vincos que seguem quase juntos por toda a lateral, passando entre o espelho retrovisor e a maçaneta. A área envidraçada é muito boa, o que acaba sendo um detalhe importante ao dirigir um modelo desse porte. Já na parte inferior, marcam presença chamativos frisos nas portas com a inscrição “Quattro”, além de enormes rodas de 21 polegadas.
Interior
Seguindo o padrão esperado para um carro de mais de R$ 400 mil, o interior do Q7 é extremamente caprichado. Revestido quase que integralmente por materiais macios ao toque (plástico emborrachado e couro), só há plástico liso no console central, mas nada que prejudique a sensação de requinte a bordo do modelo. O visual é moderno, reforçado pelo painel digital e pela tela retrátil da central multimídia de 7 polegadas, que apesar de não ser touchscreen, possui uma interface rápida e intuitiva. Ainda há atalhos para o volume no console e no volante. Este também abriga todas as funções do painel digital, o que permite que o motorista navegue por todos os comandos do carro sem tirar as mãos da direção.
O espaço nos bancos traseiros é amplo e abriga 3 pessoas com facilidade. Os bancos são individualmente ajustáveis em distância e inclinação, mas quem viajar no centro terá que conviver com a elevação do assoalho, devido à tração integral. Para as unidades equipadas com a fileira extra de bancos, os assentos são erguidos eletricamente e o acesso é fácil (até por conta do tamanho avantajado da entrada traseira e do ângulo de abertura da porta). O espaço ali é destinado a crianças e adolescentes (adultos, especialmente os “mais adultos”, não se acomodam com muito conforto). A tomada do porta-malas ajuda a entreter quem viajar na última fila, por permitir carregar o celular, por exemplo.
Falando em bagageiro, com os dois assentos de trás erguidos, o volume do porta-malas é de 295 litros. Rebata-os e o volume sobe para 890 litros. Com todos os bancos de trás rebatidos, além de criar uma superfície plana, o volume salta para pouco mais de 2.000 litros.
Performance
A vantagem de se ter uma arquitetura mais leve é diminuir a sensação do porte do SUV ao volante. Embora tenha mais de 5 m de comprimento, quase 2 m de largura e 1.970 kg em ordem de marcha, o motor V6 não esboça esforço nenhum para impulsionar o brutamontes e o conjunto de suspensão entrega agilidade notável para um carro deste tamanho.
O que mais contribui para o desempenho animador do Q7 são os picos de potência e torque do motor, que se estendem por longas faixas de rotação. Os 333 cv estão disponíveis das 5.500 às 6.500 rpm, enquanto os 44,8 kgfm surgem às 2.900 rpm e permanecem no pico até às 5.300 rpm. Ou seja, o carro está sempre pronto para responder a maiores pressões sobre o pedal direito, caso o motorista precise de mais força. E o câmbio automático de 8 marchas responsável por isso é outro destaque do modelo, uma vez que entende rapidamente as necessidades do condutor e trabalha de maneira suave, com trocas quase imperceptíveis quando tratado com civilidade.
Tecnologia
Para facilitar ainda mais a vida do condutor, o Q7 permite escolher entre diferentes tipos de “drive mode”, que variam do mais econômico (no qual a progressão de velocidade é mais contida e as trocas de marchas são antecipadas) até o mais dinâmico, que prioriza desempenho e faixas mais altas de rotação. Com a opção mais nervosa selecionada, o Q7 se transforma num SUV com um “quê” esportivo e é quando se nota de maneira mais evidente o trabalho do conjunto independente de suspensão e da tração integral para firmar o veículo no solo, mesmo em curvas de velocidade alta, tornando o modelo uma referência neste aspecto entre os utilitários grandes.
A unidade avaliada pela LIFESTYLE estava equipada com o pacote opcional tecnológico, que traz o eixo traseiro esterçante. O recurso diminui o diâmetro de giro do Q7 em 1 m, facilitando as manobras no dia a dia da cidade. Head-up display (que projeta o velocímetro digital no para-brisa) e câmera com visão noturna são os outros equipamentos deste pacote. O SUV também conta, de série, com alerta de ponto cego, muito útil para ampliar a percepção do motorista em trânsito mais pesado ou com muita presença de motos, já que o tamanho do veículo pode prejudicar a visibilidade ao redor do carro.
Ficha técnica – Audi Q7 2019
Motor |
3.0 V6 TFSI |
Tipo |
Dianteiro, Longitudinal e Gasolina |
Número de cilindros |
6 em V |
Cilindrada em cm3 |
2.995 |
Válvulas |
24 |
Taxa de compressão |
10,3:1 |
Injeção eletrônica de combustível |
Direta |
Potência Máxima |
333 cv a 5.500 rpm |
Torque Máximo |
44,9 kgfm a 2.900 rpm |
Transmissão |
|
Tipo |
Automático de oito marchas |
Tração |
|
Tipo |
Integral |
Freios |
|
Tipo |
Discos ventilados (dianteira e traseira) |
Direção |
|
Tipo |
Elétrica |
Suspensão |
|
Dianteira |
Independente, multibraço |
Traseira |
Independente, multibraço |
Rodas e Pneus |
|
Rodas |
Roda de 20″ |
Pneus |
285/45 R20 |
Dimensões |
|
Comprimento total (mm) |
5.052 |
Largura (mm) |
1.968 |
Altura (mm) |
1.741 |
Distância entre os eixos (mm) |
2.994 |
Capacidades |
|
Capacidade de carga (kg) |
880 |
Tanque (litros) |
85 |
Peso vazio em ordem de marcha (kg) |
1.970 |
Peso bruto total (kg) |
2.850 |
Coeficiente de arrasto (Cx) |
0,325 |
Motor |
3.0 V6 TDI |
Tipo |
Dianteiro, Longitudinal e Diesel |
Número de cilindros |
6 em V |
Cilindrada em cm3 |
2.967 |
Válvulas |
24 |
Taxa de compressão |
16:1 |
Injeção eletrônica de combustível |
Direta |
Potência Máxima |
258 cv a 3.250 rpm |
Torque Máximo |
61,2 kgfm a 1.500 rpm |
Transmissão |
|
Tipo |
Automático de oito marchas |
Tração |
|
Tipo |
Integral |
Freios |
|
Tipo |
Discos ventilados (dianteira e traseira) |
Direção |
|
Tipo |
Elétrica |
Suspensão |
|
Dianteira |
Independente, multibraço |
Traseira |
Independente, multibraço |
Rodas e Pneus |
|
Rodas |
Roda de 20″ |
Pneus |
285/45 R20 |
Dimensões |
|
Comprimento total (mm) |
5.052 |
Largura (mm) |
1.968 |
Altura (mm) |
1.741 |
Distância entre os eixos (mm) |
2.994 |
Capacidades |
|
Capacidade de carga (kg) |
880 |
Tanque (litros) |
75 |
Peso vazio em ordem de marcha (kg) |
2.060 |
Peso bruto total (kg) |
2.940 |
Coeficiente de arrasto (Cx) |
0,325 |