Atualmente, encontrar opções de caráter verdadeiramente esportivo entre os modelos de automóveis produzidos no Brasil é uma tarefa árdua. Com a ascendente presença dos cross-overs e SUVs nas estratégias das marcas e levando em conta o perfil mais racional de nosso consumidor, é uma excelente iniciativa da VW investir em uma sigla que carrega a herança dos esportivos compactos que brilham na marca desde os anos 1970.
Em 1975 a versão GT do Polo tinha motor 1.3 de 114cv e se tornava o esportivo acessível além de versão topo de linha. 45 anos depois o Polo GTS retoma o emblema que nasceu aqui com o Gol em 1987. O modelo de 2020 traz uma receita comprovada de sucesso, ao começar pelo motor. Trata-se do já conhecido conjunto 1.4 turbo que entrega 150 cv e um potente torque máximo de 25,5 kgfm, o mais potente da marca produzido em território nacional, Ná prática, é o mesmo motor que equipa outros modelos da marca, como o Golf e o Jetta. Deles, também vieram o câmbio automático DSG com seis marchas, que não recebeu nenhuma modificação para equipar o hot-hatch.
Performance
A altura em relação ao solo foi mantida em relação ao seu irmão menos potente, o Highline, mas a suspensão traseira foi recalibrada, de acordo com a proposta esportiva. Com uma aceleração de 0 a 100 km/h em 8,4 segundos e velocidade máxima de 207 km/h, o Polo GTS é um esportivo feito para agradar quase todos. Do fã mais ávido por performance até quem nunca pensou em ter um esportivo, o hatch consegue arrancar um sorriso de todo mundo.
As respostas são ágeis e a direção é direta, como acontece nas outras versões do Polo. Já a suspensão é firme, mas consegue um bom equilíbrio entre o conforto e esportividade, ainda mais quando selecionado o modo Sport, que faz com que a sensação ao volante seja de um carro ainda mais rápido.
Outra feature muito divertida a favor do hatch é “atuador sonoro”, como a Volkswagen explica, que utiliza o conjunto de alto-falantes do sistema de som para emular um ronco mais esportivo do motor dentro do habitáculo. O recurso está presente no modo Sport, mas pode ser combinado com outros ajustes na posição “Individual” do seletor de condução.
Design
O GTS traz praticamente a mesma dianteira do seu irmão gringo GTI, como faróis full led com detalhes em vermelho, grade frontal com um filete na mesma cor e para-choque com desenho exclusivo. As rodas de liga leve vieram do Golf GTI e os bancos são mais envolventes. O revestimento deles é inspirado nos esportivos (a lá Recaro) dos anos 80, em especial o Gol GT. Há costuras vermelhas aparentes no aro do volante e câmbio.
As conveniências são as mesmas da versão Highline com opcionais, o que inclui ar-condicionado automático e sua extensão para o banco traseiro, câmera traseira de manobras, chave presencial para acesso e partida, comando a distância para abrir e fechar vidros, controlador de velocidade, luzes de leitura à frente e atrás, monitor de atenção do motorista, monitor indireto de pressão dos pneus, para-sóis com espelhos iluminados, porta-luvas refrigerado, retrovisor interno fotocrômico, sensores de estacionamento à frente e atrás e três tomadas USB (uma no suporte de celular, apenas para recarga de bateria). Atrás, as únicas diferenças aparentes consistem na aplicação do logotipo GTS na tampa do porta-malas e a bela saída dupla de escapamento com acabamento cromado, que apesar de serem poucas, agregam um visual apimentado ao compacto.
Conforto
O GTS vem de série com quadro de instrumentos digital, fácil de ler sob qualquer condição de luz e que admite ampla configuração das funções e suas disposições, até mesmo com o mapa de navegação tomando quase toda a área — não o de aplicativos como Waze e Maps, porém. Ele informa temperatura do lubrificante e seu computador de bordo oferece três trajetos. Na tela da central de áudio, podem ser mostrados ainda pressão do turbo, potência em uso, acelerações (g) e tempo de volta em circuito.
No quesito espaço interno, o Polo tem boa acomodação. É amplo para cabeças, regular para as pernas no banco traseiro e estreito para três adultos atrás, como de regra na categoria. O porta-malas tem a capacidade de bagagem de 300 litros, também dentro do padrão da categoria.
Ficha técnica
Preço: a partir de R$ 99.480
Motor: 1.4, quatro cilindros, turbo flex
Potência: 150 cv
Torque: 25,5 kgfm
Transmissão: Automático, seis marchas, tração dianteira
Suspensão: Independente, McPherson (dianteira) / Eixo de torção (traseira)
Freios: Discos ventilados (dianteiros) / discos sólidos (traseiros)
Pneus: 205/50R 17 opcional
Dimensões: 4,06 m (comprimento) / 1,75 m (largura) / 1,47 m (altura), 2,57 m (entre-eixos)
Tanque: 52 litros
Porta-malas: 300 litros
Consumo etanol: 7,5 km/l (cidade) / 9,6 km/l (estrada)
Consumo gasolina: 11,0 km/l (cidade) / 13,7 km/l (estrada)
0 a 100 km/h: 8,4 segundos
Velocidade máxima: 200 km/h